Sunday, April 26, 2015

Club Med

Após alguns dias sem tragédias como atentados, quedas de aviões ou jornalistas degolados, a imprensa europeia pode finalmente dar um pouco de atenção à sua vigésima sétima prioridade, os imigrantes que fogem da África.

O naufrágio da última semana pode ter sido marcante, mas o evento é recorrente. Toda semana tem algum evento trágico ligado aos africanos que tentam fugir para a Europa. Se os cadáveres africanos no Mediterrâneo não aprodecessem, já haveria uma ligação da África à Itália.

Se fui irônico nos dois primeiros parágrafos deste post, é por que começo ver muita gente perguntando-se como podemos ignorar tamanha tragédia por tanto tempo.  A pressão nos governos para uma solução humanitária aumentou.

Os países europeus não estão abertos à uma nova onda de imigração e tampouco têm uma economia em boa forma. Entretanto, os inúmeros conflitos da África e Oriente Médio tem gerado uma massa crescente de refugiados. Dá para fingir que não acontece nada longe da “civilização”, mas não à porta de casa.

Depois do terremoto do Nepal, tudo voltou à normalidade. Os imigrantes africanos que perecem no Mediterrâneo voltaram para a página 27 dos jornais.




Foto: Para fechar esta série de fotos de Antuérpia, a estátua e fonte de Brabo (soldado romano) diante da prefeitura da cidade na Grand-Place.

Sunday, April 19, 2015

Fênix

Faz tempo que não escrevo por aqui. Uma das razões é que faz tempo que não paro em algum lugar. Se tudo der certo, continuarei assim por mais alguns meses, aproveitando a primavera e o verão europeu.

Entre inúmeros compromissos, também passei pelo Brasil. Foi um “pit-stop” para renovar alguns documentos. A burocracia brasileira ainda é campeã em criar documentos que expiram em poucos anos. Por outro lado, o Poupatempo paulista funciona e os cartórios estão bem informatizados. Assim, meus problemas - que não deveriam exisitr - foram resolvidos facilmente. Criam-se dificuldades, vendem-se facilidades.

Depois de alguns meses de ausência do Brasil, a alta dos preços foi notável. Tudo que pude consumir estava mais caro, entre serviços e mercadorias. Além dos preços, vi muita gente reclamando dos negócios e da perspectiva.

Não é a economia em má fase que mais me assusta. A crise político-institucional é muito grave. O governo Dilma e a máquina petista são asquerosos. O pior de tudo é que o impeachment está longe de ser uma solução.  

Por aqui, o Brasil é motivo de chacota. Piada sobre a corrupção generalizada, piada sobre a Petrrobrás, piada sobre o crescimento e assim por diante. Melhor mesmo voltar às piadas do 7X1.

Com todas as ressalvas a este governo incompetente e corrupto, estou naquela fase de ter que defender o país como um todo. Afinal, o Brasil é muito mais do que um bando de esquerdistas mafiosos.

Para defender a honra nacional tenho apelado para chavões como: “é só uma fase ruim”, “a gente vai dar a volta por cima”, “governos sobem e caem”,  “depois da tempestade vem a bonança”, “vamos renascer das cinzas”, etc. Que assim seja.


Foto: Fechando a série sobre Antuérpia, um detalhe encravado no casario típico flamengo.